O Mar Que Sinto Em Ti


Sento-me perto do mar, fica por perto, deixa-me estar sentir o murmurejar das ondas quando tocam a praia, quero aproveitar o sol que toca nas minhas mãos, sentir a brisa a esvoaçar nos teus cabelos feitos de mar, tocar a tuas mãos, saborear o sal que há em ti. Sinto o sorriso indeciso nos teus lábios, o calor da tua pele e passe o tempo que passar é sempre como da primeira vez, relembro uns olhos grandes e verdes como os campos, com reflexos flamejantes das águas. Fica, deixa-me ficarmais um pouco. O tempo já foge para nós mas, os teus dedos que entrelaças nos meus vão ficar como memórias de juras e promessas que não pudemos cumprir. Deixa-me respirar, absorver cada gota do teu cheiro a maresia e a conchas, adormecer entre as ondas largas dos teus longos cabelos , sentir-me embalar e ficar preso aqui, ficar simplesmente, sentir apenas, sentir este sopro de vida que existe em nós que nos transporta para além do que está aqui ao alcance das nossas mãos entrelaçadas e tu repousas encostada no meu peito desfeito e naufrago de ti encontro e reencontro o melhor de mim… tu.

Abraça-me como só tu sabes, aproveitemos este momento, que pode ou não ser o último mas, é e sempre será único, tal como nós os dois sempre seremos.

Ali ficamos reféns da poesia de um abraço enquanto o tempo passa indiferente, o sol repousa sobre os nossos corpos, a brisa acaricia os nossos rostos e o mar embala-nos e enleia-mos nos seus braços. Perdidos, sós, perdidos de nós, perdidos em nós como sempre e mesmo não sabendo como vai ser amanhã ficamos ali num abraço sem que mais nada exista de momento porque este é o nosso momento, onde o impossível não existe, o tempo não interessa e quando os teus lábios murmuram nos meus ouvidos segredos e promessas nem sequer importa o que possa acontecer, os murmúrios secretos, os silêncioscúmplices, os toques e os risos tudo tão simples, tudo fica sempre que nos perdemos na distância dos nossos olhares que deixamos caídos nas estradas que percorremos para de novo talvez um dia nos reencontrarmo-nos e apanharmos os restos caídos no chão, os restos de nós, do tempo e da distância, onde o sol não finda e o mar não acaba.

 

 

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Rio Que Há Em Mim

Sons na Noite