Apesar da hora, cerca de 7 da manhã, dava para perceber que o dia seria quente e enquanto percorria a estrada de terra batida junto ao Sorraia, onde as suas águas sem parar entrelaçavam os seus eternos murmúrios com o trinado dos pássaros numa refrescante harmonia matinal. Continuei a andar observando a margem do lado de lá do rio, onde os campos que se perdiam de vista outrora viçosa verdejantes , ganhavam agora novas tonalidades alaranjadas com o aproximar do verão. Num jeito indolente mas ritmado, as águas do rio corriam em direcção ao Tejo por entre as vilas e as lezírias ribatejanas que o acolhiam entre as suas margens como num abraço. Caminhava lentamente tal como o sol subia no nesse céu tão azul, sentei-me num banco de pedra ao acaso deixando correr o tempo, as águas, as minhas emoções. Já tinha perdido tanta, mas tanta coisa, ficaram as mágoas que me acompanhavam como se fossem as minhas sombras. Tinha cada vez mais a noção da talvez inevitável falência dos meus olhos, prova
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